EM BUSCA DE UMA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DA INFORMAÇÃO: da representação figurativa de uma ideia à procura pelos instrumentos mentais subjacentes à sua representação

Este projeto está vinculado a uma pesquisa desenvolvida durante o estágio pós-doutoral, apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do acordo de cooperação Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – PPGCI IBICT UFRJ, e desenvolvido sob a supervisão do Professor Gustavo Silva Saldanha. Tratou-se de uma iniciativa voltada para o aprofundamento das reflexões desenvolvidas, anteriormente, dentro do Programa de professores residentes do Instituto de Estudos Avançados Interdisciplinares da UFMG e que buscaram estabelecer o delineamento de bases bio-psico-histórico-sociais para a proposição de uma epistemologia genética da informação. O projeto original foi proposta com o objetivo de propor estratégias para o combate da desinformação a partir da compreensão da ecologia mental que a sustenta e a atual proposta pretende continuar essa discussão a partir da compreensão de que as bases de sustentação daquilo que é denominado desinformação são as mesmas que sustentam os demais processos infocumunicionais. Nesse sentido, a proposta se aproveitou da elaboração já desenvolvida sobre a possibilidade da construção de uma ponte conceitual entre as concepções de schème (palavra que poderia ser traduzida em português como esquema mental) em Jean Piaget e Gilbert Durand, avaliando a adequação de sua incorporação a uma epistemologia crítica do campo e, consequentemente, propondo uma abordagem integradora para as teorias que se dedicam ao entendimento do conceito de informação. A partir dessa elaboração, buscou-se compreender e caracterizar os processos mentais socialmente constituídos que servem como base tanto para a sustentação da disseminação e da crença em informações falsas, quanto para as demais tipologias informacionais, e contemplá-los a partir da transposição da abordagem para modelos evolutivos de transferência de informações culturais proposta pela memética para o campo informacional. Finalmente, traçou-se um paralelo entre: 1) a utilização do termo schèma (em tradução aproximada para o português; esquema representado, diagrama) e da teoria da schematisation pela Escola Esquematológica da Ciência da Informação a partir da obra de Robert Estivals e 2) a utilização do conceito schème e de uma teoria da schemetization para sustentar a necessidade de construção de base para a redefinição do campo informacional melhor capacitada para atender aos problemas da condição hipermoderna. Finalmente, propôs-se que, a partir da incorporação de conceitos da memética às discussões epistemológicas da Ciência da Informação, seria possível promover uma nova abertura disciplinar que proporcione diálogos teóricos entre correntes sociais, cognitivas, tecnológicas, políticas e econômicas envolvidas na discussão de problemas infocomunicacionais e, assim, definir um território informacional propositivo e voltado para a solução de questões prementes como a urgência da alfabetização midiática e de conscientização para a importância da comunicação online numa perspectiva crítica. O projeto busca materializar seus resultados em ações concretas: a) uma série de ações voltadas para a divulgação científica nos níveis da pesquisa, do ensino e da extensão voltadas a publicizar os resultados da pesquisa; e b) a transformação dessas reflexões em ações práticas para o combate à desinformação. Finalmente, como pano de fundo do trabalho, caminhou-se em direção à proposta de desenvolver a perspectiva da Escola Esquematológica e, mais especificamente, o seu foco nos aspectos psicológicos da interação com a informação (especialmente a cognição) com o propósito de sugerir uma ampliação da sustentação epistemológica da Ciência da Informação que possa lhe oferecer um eixo para diálogos que transitem desde as suas bases biológicas até as suas contrapartes sociais.